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“A
Espiritualidade vive da gratuidade e da disponibilidade, vive da capacidade de
enternecimento e de compaixão, vive da honradez em face da realidade e da
escuta da mensagem que vem permanentemente desta realidade. Quebra a realização
de posse das coisas para estabelecer uma relação de comunhão com as coisas. Mas
de que usar, contempla”.
A partir da experiência espiritual
não há só coisas e fatos. Começa a existir a irradiação das coisas e o sentido
que vem dos fatos. Nas crises mais profundas, mesmo quando morre um ente
querido, quando se desfaz um matrimônio, quando perdemos um filho por causa da
droga, podemos sempre perguntar: Qual o
significado de isso tudo para mim? Que coisa, que caminho, que direção essa
realidade quer me mostrar?
Não basta chamar um terapeuta, não
é suficiente tomar um antidepressivo e dormir horas a fio. É preciso que nos
confrontemos perguntando corajosamente:
Que sentido mais profundo esta realidade traz para mim? De que me purifica? Em
que me faz crescer?
‘Em
momentos assim é fundamental a espiritualidade. É poder ver a temporalidade das
coisas, a usura do tempo, e saber que não estamos vivos apenas porque ainda não
morremos, mas porque a vida é uma oportunidade para crescer, para aceitar nossas
canseiras, nossos limites, nosso envelhecimento e nossa mortalidade. Só assim
maduraremos para outro tipo de vida, interior, espiritual, inalcançável pelo
desgaste e pela morte’.
Pela espiritualidade nos preparamos
para o grande encontro, face a face, com o Pai e Mãe de infinita bondade e
misericórdia, criador de todas as coisas e fonte do nosso ser. O que importa,
então, é preparar-se para o grande mergulho na realidade suprema, no Deus vivo
e acolhedor.”
Leonardo Boff
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